As grandes cidades, como São Paulo, possuem diversos problemas em comum. Exemplo disso são as longas distâncias. Um levantamento do Ibope Inteligência mostrou que, em média, o paulistano gasta 2 horas e 43 minutos se locomovendo pela cidade todos os dias. Números simplórios que nos dão uma noção sobre o comportamento do consumidor em relação à multipropriedade e o mercado imobiliário. Especialmente no que tange um conceito palpável de futuro compartilhado.
Em entrevista ao Estadão, o arquiteto, urbanista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Renato Cymbalista, afirma que “mesmo a população de alta renda têm optado por morar em bairros mais próximos de redes de transporte de massa”. Um comportamento que influencia diretamente na crise da demanda por imóveis mais espaçosos e no aumento da importância de áreas compartilhadas. Além da valorização da mobilidade.
Situações que já acontecem em grandes cidades, a exemplo de Londres e Berlim, que possuem áreas centrais mais amplas, mas cidades onde ainda existem lugares periféricos distantes dos empregos. Em contrapartida, também já existem cidades que construíram infraestruturas de deslocamento monumentais, transformando a mobilidade das grandes metrópoles em algo menos sacrificante, como é o caso de Xangai.
O que são cidades compartilhadas?
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São aquelas onde os habitantes contam com plataformas (ferramentas) - digitais ou presenciais - para se organizarem e compartilharem espaços, serviços ou bens. Dessa forma, as cidades tendem a se transformarem em lugares mais animados, sustentáveis e amistosos.
Apesar de ser um conceito ainda não tão palpável em muitos locais, as cidades compartilhadas estão cada vez mais próximas e são realidade em diversos lugares do mundo. Por exemplo, quando uma organização comunitária lança uma campanha para arrecadar fundos e financiar um projeto como uma intervenção urbana - o que chamamos de financiamento coletivo ou crowfunding - é um tipo de ferramenta que torna as cidades compartilhadas possíveis.
A grande “sacada” das cidades compartilhadas é trabalho o espírito de comunidade. É a transformação de um pensamento individualista em prol da melhoria na qualidade de vida e bem estar de todos.
Exemplos de ações que conectam as pessoas é a rede de contato entre vizinhos e pessoas de outros bairros que surgem por necessidades em comum. Assim, o grande objetivo é encontrar alguém para dividir o carro ou praticar algum exercício, permitindo o surgimento de novos mercados, por exemplo.
A multipropriedade e o mercado imobiliário
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Ainda com essa ideia de compartilhamento, outra “sacada” nada recente mas extremamente moderna é o conceito de multipropriedades. Criado por volta dos anos 1960, nos Estados Unidos. As multipropriedades nasceram do desejo e da facilidade de aquisição de bens de alto valor sem que as despesas sejam exorbitantes.
Ou seja, são ferramentas de compartilhamento de bens. E o que torna a multipropriedade uma boa escolha?
Uma compra consciente é realizada a partir de conhecimento e pesquisa de mercado. No caso, tanto na hora da implementação, quanto na hora de adquirir um imóvel em uma multipropriedade, deve-se saber o que está acontecendo no mercado imobiliário. Dessa forma, será possível agir no momento certo e de forma certa, sem chances de arrependimento.
Se você mora em uma metrópole, por exemplo, seus custos regulares (aluguel/hipoteca/parcela do imóvel, água, energia, gás, supermercado, escola, locomoção e todas as outras contas ‘básicas’) são altos. Consequentemente, adquirir um bem de luxo, muitas vezes, está fora de cogitação. Principalmente se for um imóvel de férias para a família.
Afinal de contas, ninguém quer ficar com as contas bancárias negativas.
Daí vem a multipropriedade, ou propriedade compartilhada, como solução para adquirir um imóvel de férias, sem a necessidade de esgotar as finanças. Porque: o imóvel será do comprador, seu nome estará na escritura, será possível usufruir das mais diversas maneiras mas, sem que haja a necessidade de arcar com todos os custos fixos do imóvel sozinho.
O futuro é compartilhado
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Como vimos, a tendência é que as pessoas optem por facilidades, menos gastos e mais qualidade de vida. A cultura social está mudando, aos poucos. Os valores e prioridades estão em transformação.
Morar em um casa ou apartamento menor é uma realidade que está tomando conta do mercado imobiliário. Como falamos antes, pela necessidade de perder menos tempo no trânsito, para aproveitar mais tempo com a família, para se desenvolver mais no âmbito profissional, para conseguir dar maior atenção à saúde, entre tantos outros motivos.
Sabemos que o ritmo de vida de uma cidade grande é intenso e exige muito de nós. Então, o que pode ser feito para melhorar?
Diminuir as complicações. Por que vou demorar 2 horas para chegar ao trabalho de carro se posso morar mais perto e gastar apenas 5 minutos de caminhada para chegar a uma estação de ônibus ou metrô, mais 20 minutos de trajeto e outros 5 minutos de caminhada até o local do trabalho? Reduzindo, assim, em 1 hora e 30 minutos o total de tempo da minha casa até o meu trabalho.
A mesma coisa acontece com a qualidade do tempo que se vive.
Com uma multipropriedade você tem um bem de alto valor, que é seu, o qual poderá usufruir junto à sua minha família ou amigos no seu período de descanso. E, no tempo que não estiver usando, não terá que cuidar da manutenção, pagar taxas exorbitantes nem se preocupar com as condições de segurança. Além disso, caso não queira ou possa aproveitar os seus dias de descanso lá, existe a opção de alugar o imóvel.